reflexão forçada balela briga justa

Algo recorrente como a maré de lua cheia, o mal trato (mal com L que é o contrário de bem trato) que nós pescadores fazemos nos (nos diferente de aos) peixes.

Ontem um pequenino robalo bateu na genesis de forma que o anzol passou pelos seus dois olhos, ele certamente está morto agora, solta-lo cego foi triste. Então uma dúvida vem como a água na onda sorrateira “por que fico fazendo isso com esses animais?”. O próprio Flip Pallot comentou durante um encontro que “o que fazemos com os peixes não é nada legal, mas temos que fazer então vamos fazer de forma a causar menos impacto”. Toda essa falação agora no Brasil de como soltar direito, etc, eu aprendi na Flórida durante um simpósio anos atrás e postei, e agora todo mundo quer saber qualé a parada e sair bonito na foto irmão da natureza com adesivo do greenpeace ou do sea sheperd. Mas é muito simples: brigue com o peixe o mais sujo possível, puxe-o, reboque-o, quer briga esportiva? Entre no ringue com o Mike Tyson mas antes diga que a mãe dele era uma…. Não coloque suas mãos sujas de coceira no saco no peixe, tente soltar só segurando o anzol, mantenha-o dentro da água, para foto molhe suas mãos, é 1, 2 e tchau.

Retornando ao assunto, depois de ficar triste por soltar o robalinho cego condenado, algo maior – ou Maior – responde que se eu não pescar, não estarei sendo eu – ou Eu – e o peixe não terá oportunidade de ser Peixe. Ele apenas existirá, eu apenas existirei. E se tirarmos mais dessas identificações, tiraremos tantas até quando não haverá mais nada; até a consciência se evaporará pois precisa estar consciente para ser consciência. E essa zona toda que é a vida não será vida.

Então peixarada, tratem de bater na isca com a boca! não com os olhos, a barriga ou a cauda caracoles!

E você pescador, para todo babaca que vier te dizer que pescaria é mau trato, manda se foder, puramente, pura mente (mente de mentir…… ?).

bom domingo e vamos furar a boca de todo ser que nadar!!

 

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9 Comments

  • Os últimos tarpons que peguei na Florida não eram grandes. Aliás um realmente grande nunca peguei. Pela lei em vigor por lá, nem mesmo os babies podem ser embarcados para foto. Foto só na água. Caso contrário o guia pode perder sua credencial. Se quiser tirar foto abraçado num tarpon dentro do barco vai ter que pesca-lo sozinho, sem guia.

    Doug

  • Completando o comentário anterior. Acidentes acontecem e, as vezes, o peixe morre. Não vamos deixar de pescar por isso. Peixe é peixe. Gente é gente.
    Trato minha cadela vira latas maravilhosamente bem, mas trato -a como cachorro que é o que ela é. Não faço festa de aniversário com bolo e convido os cachorros da vizinhança. Faço isso para meus filhos. Cada macaco no seu galho.

    Doug

  • Acidentes acontecem, por mais que a gente tenha cuidado. Com o fly acontecem menos.
    Lembro dos tempos em que eu usava garatéia, que barbaridade!

  • As vezes quando algum Bass mais esfomeaddo quase engole o anzol , e sangra a retirada também me pego pensando assim, porém esse peso passa logo após pegar outro!

  • Eu procuro ser o mais ético possivel, causar o menor impacto na captura dos peixes.
    Em Manaus, ano passado peguei um tucunaré que acredito que era cego. Não tinha um olho e o outro tinha um rasgo cicatrizado bem feio abaixo do outro olho.

    Mas o bicho bateu forte e decidido na isca.

    Abraço
    Rick!

  • Como um grande piloteiro uma vez falou ao soltar um tucunare que tinha machucado e sangrando após embate com as 3 garateias da Rip Roler , “Ele tem mais chance de viver na água do que na frigideira, vamos soltar”… Por isso sempre solto. Na pior das hipóteses, servirá de alimento a outros da cadeia alimentar, mantendo o ciclo da natureza.

  • Olá Thiago, como seu post hoje é filosófico. Resolvi engrossar o caldo. Primeiramente, diga-se, pesco desde que me entendo por gente. Mas, pesquisando para um de meus artigos, encontrei um texto do século XVII de Jeremy Bentham, um utilitarista! Como ideia central, o utilitarismo tem que o valor moral de uma ação depende das consequências que essa ação acarreta para que seja possível um estado de coisas que se julgue bom ou mau . No livro Introduction to the principies of morals and legislation, Bentham diz respeito aos animais, através da seguinte passagem, que é emblemática:
    “Poderá existir um dia em que o resto da criação animal adquirirá aqueles direitos que nunca lhe poderiam ter sido retirados senão pela mão da tirania. Os franceses descobriram já que a negrura da pele não é razão para um ser humano ser abandonado sem mercê ao capricho de um algoz. Poderá ser que um dia se reconheça que o número de pernas, a vilosidade da pele ou a forma da extremidade do os sacrum são razões igualmente insuficientes para abandonar um ser sensível ao mesmo destino. Que outra coisa poderá determinar a fronteira do insuperável? Será a faculdade da razão, ou talvez a faculdade do discurso? Mas um cavalo ou cão adultos são incomparavelmente mais racionais e comunicativos do que uma criança com um dia ou uma semana ou mesmo um mês de idade. Suponhamos que eram de outra forma – que diferença faria? A questão não é: Podem eles raciocinar? nem: Podem eles falar? mas: Podem eles sofrer?”

    Se pescamos devemos ao menos admitir que os peixes sentem dor e sofrem. Ao menos isso é preciso considerar. Pensar de vez em quando não faz mal…

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