era para estar pescando hoje.

mas a virada do clima me deixou em casa.

Tem dias que pode ter até cueca de gore-tex, é perda de tempo. Pressão baixa, reviravolta no mar, frente fria, etc.

Isso me lembra uma pescaria que fizemos quando a água era salgada – montaram uma plantação de arroz alto no rio que matou o rio -.

Meu falecido avô – o Nonno – e meu tio, chegamos na beira do rio, tinha um boteco de pescadores, do Lauro, o dia estava cinza mas o mormaço era quente. Pegamos uns  pães e cerveja e subimos o rio. Foi um dos dias mais fantásticos, pegamos muito peixe mesmo. Não tinha motor elétrico, era chegar e ficar pegando até acabar mesmo. E acabou o camarão vivo do Nonno e ele ficou só olhando, tomando sua cerveja, tirando o robalinho da minha isca e miraculosamente soltando os pequenos.

Só senti essa vibração de lugar de velhos pescadores, cheio de histórias de peixes enormes, de mares revoltos, fantasmas, e pescarias fartas como uma história bíblica – como o bar do Lauro – em Belize, na velha casa restaurante do senhor Lincoln. E agora está fechado para sempre. Casa velha de madeira, construída a mão sob o sol, cujos pregos hoje estão enferrujados e a madeira range com o vento, batendo a porta a cada sopro. Nunca mais. Nunca mais! Como gralha o corvo de Edgar Allan Poe.

 

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1 Comment

  • Parece que esse “Véio” da foto está assombrando o velho barracão, fica pra lá e pra cá como um zumbi procurando algo para comer. KKKK KKKK

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